Jacinto do Prado Coelho – Em Pascoaes “A Vida e a Morte Coincidem”

 

“SEGUNDO Pascoaes, a Morte é que dá sentido e plenitude à Vida; melhor: é a Vida autêntica, só anímica, “alheamento sem fim”, Eternidade. “A criatura ama e sofre, com o fim de criar a sua presença de saudade que a integre definitivamente na Vida e lhe dê um lugar no Reino Espiritual”. (…)

“A lembrança duma criatura é de natureza divina; as cousas que a sugerem são altares, onde a Imagem está presente, mas invisível”.

Pascoaes e o Marão, Pascoaes e a Natureza universal parecem confundidos; o Poeta, como certos deuses e semi-deuses da Antiguidade, parece prolongar-se em ramos, nuvens e estrelas. A sua Báucis é a Poesia; não há exemplo de mais espontânea e permanente fidelidade. (…)”

In Cadernos de Poesia

 

Jacinto Prado Coelho (Lisboa, 1/9/1920 – Lisboa, 19/5/1984)
Escritor, crítico literário, ensaísta, poeta, quando era muito jovem, professor na FLUL, onde se licenciara em Filologia Românica (1941) e doutorara (1947).

 

Teixeira de Pascoaes (Amarante, 8/11/1877 – Gatão, 14/12/1952)
Poeta, prosador, licenciado em Direito.

 

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